06/05/2011
Foi tranquila a passagem da Bolívia para o Peru. A fronteira entre os dois países é 'de boa'. No Peru nota-se um pouco mais modernidade e profissionalismo. Em contrapartida, o povo boliviano esbanja simplicidade e simpatia. Me deu um aperto no coração ao carimbar o passaporte de saída da Bolívia, mesmo sabendo que voltaria dentro de poucos dias para conhecer Uyuni e o deserto de Sal, na reta final da viagem. Mas ao mesmo tempo me deu uma grande alegria saber que dentro de três ou quatro dias eu estaria chegando em Machu Picchu, objetivo inicial da viagem.
Peru e Bolívia. Duas bandeiras do meu coração. Vamos Evo e Ollanta, carajo!
O percurso de Copacabana/Bolívia a Puno/Peru me rendeu três agradáveis horas de conversa com Maria Agostina, uma das três argentinas que eu havia conhecido na Ilha do Sol. Conversamos em português, porque ela era de Puerto Iguazu, na fronteira, e falava bem os dois idiomas. Eu falo mais ou menos o português, mal o espanhol e muito bem um certo portunõl inventado por mim mesmo, que contempla sobretudo termos futebolísticos, gírias de torcida, e outras pérolas apreciadas só por mim.
Além de falarmos sobre a viagem e a vida, trocamos elogios mútuos, eu babando pela Argentina, ela pelo Brasil. Aliás, há algo que eu gostaria de comentar a respeito da relação entre esses dois gigantes sul-americanos e mundiais. Há, inclusive, livros inteiros dedicados a esse tema. Mas o que eu já notava anteriormente e pude confirmar nessas viagens é que há uma admiração e uma curiosidade recíproca entre esses dois povos. Por possuírem cada qual uma identidade própria ainda em construção, no real, mas já pronta, no imaginário, e de ambas as identidades do imaginário, um tanto quanto contrastantes, porém, complementares (tango versus samba, noite versus dia, tristeza versus alegria, garra versus ginga, Argentina versus Brasil, respectivamente), serem reconhecidas local e mundialmente, houve uma supervalorização estereotipada das diferenças, o que gerou toda essa rivalidade.
Mas como estamos numa fase do processo evolutivo que nos leva a buscar o que está por trás da fumaça, além das aparências, a curiosidade e a boa vontade de um em relação ao outro emergiram implacavelmente. E como no geral só temos coisas boas a darmos um ao outro, nosso caso 'colou'. E o bom é que agora, depois do governo Lula recuperar a autoestima do brasileiro, podemos nos encarar de igual pra igual. Nariz empinado não cabe entre nós, por que somos hermanos. Brasil, Argentina, América do Sul, somos o coração do planeta. Exportamos humildade, amor e progresso. Nossa hora chegou, mas ao invés de castigo, daremos ao antigo colonizador a oportunidade de aprender conosco. Que eles saibam aproveitar, pois essa é a última chance. Por sorte, foi-se o tempo da vingança. Hasta la victoria siempre!
Além de falarmos sobre a viagem e a vida, trocamos elogios mútuos, eu babando pela Argentina, ela pelo Brasil. Aliás, há algo que eu gostaria de comentar a respeito da relação entre esses dois gigantes sul-americanos e mundiais. Há, inclusive, livros inteiros dedicados a esse tema. Mas o que eu já notava anteriormente e pude confirmar nessas viagens é que há uma admiração e uma curiosidade recíproca entre esses dois povos. Por possuírem cada qual uma identidade própria ainda em construção, no real, mas já pronta, no imaginário, e de ambas as identidades do imaginário, um tanto quanto contrastantes, porém, complementares (tango versus samba, noite versus dia, tristeza versus alegria, garra versus ginga, Argentina versus Brasil, respectivamente), serem reconhecidas local e mundialmente, houve uma supervalorização estereotipada das diferenças, o que gerou toda essa rivalidade.
Mas como estamos numa fase do processo evolutivo que nos leva a buscar o que está por trás da fumaça, além das aparências, a curiosidade e a boa vontade de um em relação ao outro emergiram implacavelmente. E como no geral só temos coisas boas a darmos um ao outro, nosso caso 'colou'. E o bom é que agora, depois do governo Lula recuperar a autoestima do brasileiro, podemos nos encarar de igual pra igual. Nariz empinado não cabe entre nós, por que somos hermanos. Brasil, Argentina, América do Sul, somos o coração do planeta. Exportamos humildade, amor e progresso. Nossa hora chegou, mas ao invés de castigo, daremos ao antigo colonizador a oportunidade de aprender conosco. Que eles saibam aproveitar, pois essa é a última chance. Por sorte, foi-se o tempo da vingança. Hasta la victoria siempre!
Nossa hora chegou. Mas temos que seguir juntos!
Bandeira, a minha é tua, e a tua é minha.
Chegando em Puno, ainda iluminado por Deus e pelos deuses da Ilha do Sol, me despedi das hermanas, que partiriam direto pra Cusco. Segui numa van em direção ao hostel, combinei e paguei o passeio do dia seguinte às Ilhas Flutuantes, tomei o banho quente que eu ficara devendo ao meu corpo em Copacabana, conferi se havia papel higiênico no quarto, e parti. Parti pra tomar uma cerveja, pra fazer uma balada, pra me entregar nessa viagem. Eu estava feliz, eufórico, sem soroche, e a noite me esperava veloz. Afinal, una noche y un día o dos noches y dos días en la vida nunca vienen nada mal... de alguna forma de eso se trata vivir, amigos!!!
Brother, parabéns cara, sério, vc atingiu um nível de excelência absurda na escrita!!! Ce já pensou em publicar os blogues no formato de livros??? Se precisar dum mecenas, tamo junto...
ResponderExcluiroh louco, irmão. agradeço de coração.
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