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11 - As Ilhas Flutuantes e o sono justo na escadaria da catedral

LAS ISLAS FLOTANTES - São ilhas artificiais feitas a partir da totora, uma espécie de junco. Amarram-se esses juncos uns aos outros formando camadas que podem chegar a mais de três metros. Esses 'amarrados' (ou plataformas) flutuam na água. Para que não fiquem à deriva utiliza-se um tipo de âncora que fixa as plataformas. Há cerca de 40 ilhas, onde vivem muitas famílias, cada um em sua 'casa'. Algumas das ilhas chegam a ser maiores que um quarteirão.
OS HABITANTES E A ORIGEM - Os habitantes das ilhas são da etnia Uros. São indígenas. A ideia de formar as ilhas surgiu quando os Incas impuseram seu domínio na região. Os habitantes locais, pra fugir do dominador, mandaram-se com seus barcos para o meio do lago Titicaca e passaram a viver ali. Para irem de um barco a outro fizeram pequenas plataformas de totora, que flutuavam nas águas. E então, cansados de viver nos barcos, construíram plataformas maiores, as ilhas. Impressionante, né? A América do Sul é foda mesmo! 

Camisa do Brasil, boné do Racing, 'jaco' boliviano, coração corintiano e uma carranca de ressaca...

07/05/2011

     Pois então. O fato é que acordei com uma ressaca brava, pior do que o soroche, mas tive que 'dar a raça', levantar, tomar uma ducha, tomar um chá de coca com pão e partir. Veja que demoro, agora enquanto escrevo, pra me lembrar se tive que ir pra algum lugar esperar a van que me conduziria até o ponto de partida na margem do Titicaca ou se fui pego por ela na porta do hostel. Que coisa! Não me lembro!
     Mas lembro que os bancos do veículo estavam encapados com plástico ainda, de modo que o cheiro de 'novo' impregnava todo o interior. Tive que abrir a janela pra não enjoar. Que merda. Sempre a mesma cagada. Vinte nove anos, pelo menos doze de 'cachaça', e ainda não aprendi a beber. Preciso parar com essa fita.

     Não conversei com ninguém no curto caminho do hostel (ou de algum outro ponto) ao Titicaca. E também não conversei com ninguém no caminho, feito via barco, até as Ilhas Flutuantes. Encostei a cabeça no vidro e escutei o guia dar algumas explicações sobre o que iríamos encontrar nas ilhas de totora. O cara mandava a explicação em espanhol e depois emendava em inglês. Fluente. Fudido. Os peruanos são danados, inteligentes, vivos, especiais. E têm uma estrutura muito boa pro turismo, estão anos-luz à frente da Bolívia. Mas eu gostei dos dois países. E no futebol, se tiver uma partida entre os dois, não sei pra quem vou torcer. Se jogarem contra o Brasil, torcerei por eles.

Esquema montado pros turistas.

    Sobre as ilhas, não vou falar muito, melhor ver as fotos. Fiquei tão impressionado e tão feliz por estar ali que a ressaca passou. Que coisa louca pisar naquelas ilhas artificiais feitas por mãos humanas. E as mulheres cantando uma música aymara em espanhol, inglês, francês e até japonês? É tudo muito mágico, mas há algo que deve ser dito. O que sustenta os habitantes dali hoje em dia é o turismo, e eles estão bem preparados pra isso. Há toda uma artificialidade na recepção que eles fazem aos visitantes. E não há erro nenhum nisso. Mas que o encanto se perde um pouco, se perde. E fico triste com isso. Nesse mundo não há espaço pra fantasia, amigos. Nem nas Ilhas Flutuantes de Uros.

Totoras unidas que flutuam.

Variações dum mesmo azul.

Outra.

O guia, inteligente pra danar, explicando o funcionamento das coisas.


    O passeio foi na parte da manhã. À tarde fiquei perambulando, após almoçar legal num restaurante até que chique pros meus padrões. Comi algum prato típico, acho que lomo a la plancha. O lomo é uma parte, um corte da carne (no caso, comi carne bovina). O lomo a la plancha é como se fosse o bife grelhado, servido junto com alguns outros ingredientes e acompanhamentos. Nada muito especial, só pra citar.

    Nas minhas andanças por Puno, acabei encontrando o Thiago novamente, aquele rapaz que eu conhecera quando ia de La Paz a Copacabana. Gritei seu nome alto e rachamos de rir quando nosso olhar de encontrou. "Tá me seguindo, Fábio" ele falou. Falei que não, mas que era um prazer revê-lo. Saímos andando juntos. Passamos por um sebo, por uma feira de miniaturas e ele resolveu subir um morro onde havia a estátua de um pássaro, que deduzimos ser o condor. Então puxei essa música e ele me acompanhou, com o sotaque marcante dos cearenses.

     Ele encarou a subida. Eu não. Fiquei na escadaria da catedral me esquentando ao sol e olhando aquele céu bonito. E dormi ali, deitado, não sentado, isso nunca. Dormi "de sonhar". 
  
As escadarias onde sonhei.

         As cinco da tarde fui ao Positive Pub tomar uma pra me despedir da cidade, já que a noite eu partiria pra Cusco. Achei que o Michael estaria ali, conforme havíamos combinado, mas o picareta não apareceu. Então tive que beber sozinho mesmo. Mas tomei só uma, de verdade. Veja, na foto abaixo, o que havia no mural do bar:

Na viagem, além de fazer turismo, também aproveitei meu conhecimento de estatística e minha bagagem sociológica para pesquisar sobre futebol. Posso afirmar com a mais absoluta seguridade: o Corinthians é o time brasileiro mais conhecido na América do Sul. Falou de Brasil, falou de Corinthians! Tristeza pros outros, alegria pra nóis!



4 comentários:

  1. "sentado nunca" - ah, mas esse dia hááá de chegar.
    e o sonho? lembra? foi bom?


    mais uma vez o azul predomina. linda essa sequencia de fotos tb. e o que eu acho mais incrível são os nativos. acho que ja te disse. as roupas, a postura, as diferenças. parece que tá tudo dentro de um filme, q é uma realidade a parte. na verdade, é.

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  2. rsrs mensagens nas entrelinhas procê...

    foram vários sonhos, porque eu dormia e acordava. alguns desses sonhos, certamente com você. bons, claro.

    tive que tentar caprichar nas fotos, né? :p

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  3. Velhão, sei não hein, to achando q estes seus dados estatísticos estão um tanto quanto tendenciosos!!!

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  4. Cecel, vc sabe que sou um cara imparcial! :>

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